Tempo, Escassez e Status
Nós temos mais tempo do que antes mas nos perdemos em distrações ou assumindo mais trabalho. Elenco pontos interessantes do artigo original de Ashley Whillans, pesquisadora e professora da Harvard Business School.

Pessoas com pouco tempo são menos felizes, menos produtivas e mais estressadas. Exercitam-se menos, comem alimentos mais gordurosos e têm uma incidência maior de doenças cardiovasculares. A pobreza de tempo nos força a fazer concessões. Não surge de uma incompatibilidade entre as horas que temos e as horas que precisamos; resulta de como pensamos e valorizamos essas horas. É tanto psicológico quanto estrutural.
Identifique as armadilhas do tempo em sua vida:
1) Tempo confete - conhecido como o paradoxo da autonomia. Adotamos tecnologias móveis para ganhar autonomia mas ironicamente acabamos trabalhando o tempo todo. Longos períodos de tempo livre que antes aproveitávamos agora são interrompidos constantemente por nossos dispositivos. Essa situação nos sobrecarrega cognitivamente e fragmenta nosso tempo de uma forma que o torna difícil de usar.
2) Tempo é dinheiro - A pesquisa mostra que o dinheiro protege contra a tristeza, mas não compra alegria. Uma vez que ganhamos dinheiro suficiente para pagar nossas contas, economizar para o futuro e nos divertir um pouco, ganhar mais pouco contribui para nossa felicidade. Uma cultura obcecada em ganhar mais dinheiro acredita, erroneamente: “Vou trabalhar muito e fazer mais para poder ter mais tempo de lazer mais tarde”. Esta é a solução errada. Focar em perseguir riqueza leva apenas a perseguir mais riqueza.
3) Não valorar o tempo - Por causa dessa obsessão cultural por dinheiro, muitas pessoas o protegem de maneiras que são contraproducentes para a abundância de tempo. Buscamos reflexivamente o custo mais baixo quando não deveríamos. Um exemplo é a distância percorrida e tempo despendido para adquirir produto ou serviço mais em conta. Em contrapartida, com mais estresse para decisões frequentemente pouco racionais e uso equivocado do tempo.
4) Ocupação como símbolo de status - Mais do que nunca, nossas identidades estão ligadas ao trabalho. Nós o usamos como um emblema de honra. A insegurança financeira também impulsiona o ‘workism’ (ou trabalhismo) e está aumentando. À medida que a sociedade se torna mais desigual, as pessoas se sentem cada vez mais inseguras sobre seu futuro financeiro, independentemente de seu status atual. Aqueles que estão indo bem se preocupam com o quanto podem cair. Aqueles que lutam para sobreviver enfrentam o medo de ficar para trás. Com nossa identidade tão envolvida em trabalho e produtividade, a aparência social de estarmos ocupados nos faz sentir bem conosco mesmos. Em contraste, focar nossa atenção em algo diferente do trabalho pode ameaçar nosso sustento e status. Tememos que não seremos valorizados e, em parte, estamos certos. Acontece que os empregadores estão recompensando principalmente o culto da ocupação.
5) Aversão a ociosidade - Estar constantemente conectado aos nossos dispositivos impede que o cérebro se recupere, mantém nossos níveis de estresse elevados e nos tira do presente. Na verdade, a ociosidade tem se mostrado uma forma valiosa de lazer e pode aumentar a riqueza de tempo. Os benefícios físicos e mentais de desligar o cérebro são muito mais valiosos do que o estresse criado por manter a mente ocupada o tempo todo.
6) Achamos que temos mais tempo do que realmente temos - Acreditamos erroneamente que amanhã teremos mais tempo do que hoje. Esse otimismo excessivo significa que somos arrogantes com nosso 'sim', mesmo para pequenas coisas que não queremos fazer. Ou vemos isso como uma forma de superar a ociosidade e nos sentirmos produtivos, conectados, valorizados, respeitados e amados. Isso é chamado de "falácia de planejamento". Estatisticamente, o melhor indicador de quão ocupados estaremos na próxima semana é o quão ocupados estamos agora. E, ironicamente, a ocupação perpétua prejudica os objetivos que pretendemos alcançar com todas as nossas ocupações em primeiro lugar.
E como gerenciar ?
Embora essas sejam as seis armadilhas do tempo mais comuns, é claro que há muitos outros motivos pelos quais deixamos de priorizar o tempo. Se puder reconhecer e documentar as armadilhas do tempo em que você cai com mais frequência, é um bom início.
Usando a metáfora do exercício, assim como você não deve se punir por não ser perfeito em seus hábitos de treino, nunca se culpe por ser ruim em priorizar o tempo. Requer dar passos pequenos e deliberados todos os dias. Não é fácil no início. Tanto nossa sociedade quanto nossa mentalidade tornam essas armadilhas do tempo extremamente atraentes. Na verdade, quando nos sentimos ocupados, estudos mostram que assumimos tarefas pequenas e fáceis de completar porque nos ajudam a ter mais controle sobre nosso tempo. Neste caso, é uma falsa sensação de controle que não alivia a causa raiz de nossa ocupação.
Para ler o texto completo e assistir o TED
https://ideas.ted.com/which-of-these-6-time-traps-is-eating-up-all-your-time/